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Métricas chave observadas pelos investidores

Autor
Cássio Rufino Publicado em 27 de setembro de 2024
Métricas chave observadas pelos investidores
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Vamos conversar?

A cada dia que passa, investidores estão cada vez mais bem-informados e de maneira mais rápida, o que eleva a importância de uma comunicação clara, precisa e constante das métricas financeiras e operacionais divulgadas pelas empresas. Em um ambiente onde a informação é abundante e as expectativas são altas, as métricas-chave observadas pelos investidores não se limitam a números em um balanço; elas funcionam como indicadores críticos da saúde financeira da empresa, do seu potencial de crescimento e da sua capacidade de gerar valor sustentável a longo prazo. Essas métricas fornecem aos investidores uma visão profunda da eficiência operacional, da gestão de recursos e da estratégia corporativa e, devem sempre estar em linha com a metanarrativa adotada pela companhia. 

Para os profissionais de Relações com Investidores (RI), o desafio vai além de simplesmente relatar esses números; é necessário interpretá-los, contextualizá-los e comunicá-los de forma estratégica e convincente. Ao dominar a arte de transmitir essas informações, os profissionais de RI desempenham um papel fundamental na construção e manutenção da confiança dos investidores, influenciando diretamente a percepção e a avaliação da empresa no mercado. Eles são os guardiões da narrativa financeira da empresa, responsáveis por transformar dados complexos em uma história coerente e atraente que ressoe com os investidores e os inspire a acreditar no potencial de longo prazo da companhia.

Mas quais são as métricas mais usadas?

Os investidores geralmente focam em uma variedade de métricas que variam de acordo com o setor e o perfil da empresa. Abaixo citamos as mais comuns, mas cada setor e empresa tem suas particularidades e utilizam aquelas que melhor se enquadram na sua metanarrativa:

  • Lucro por Ação (LPA): O LPA é uma métrica fundamental que indica a lucratividade da empresa em relação ao número de ações em circulação. Um aumento no LPA geralmente sugere que a empresa está gerando mais lucro por ação, o que pode atrair mais investidores. Para o profissional de RI, explicar não apenas os números, mas também as razões por trás das mudanças no LPA, como uma expansão de mercado ou uma melhoria na eficiência operacional, é crucial.
  • Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA ou EBITDA, termo em inglês e mais recorrente): O LAJIDA/EBITDA representa o lucro operacional da empresa antes da dedução de juros, impostos, depreciação e amortização. O LAJIDA/EBITDA é amplamente utilizado para avaliar a performance operacional, pois exclui os efeitos de decisões financeiras, políticas fiscais e despesas não monetárias, oferecendo uma visão mais clara da capacidade de geração de caixa da empresa. Profissionais de RI devem ser capazes de contextualizar essa métrica, destacando como ela reflete a eficiência operacional da empresa e comparando-a com os benchmarks do setor para explicar variações e potencial de crescimento.
  • Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE, que vem do termo em inglês Return on Equity): O ROE avalia a eficiência com que uma empresa utiliza os recursos dos acionistas para gerar lucros. Um ROE elevado é frequentemente visto como um sinal positivo pelos investidores. Profissionais de RI devem destacar como as decisões estratégicas da empresa estão contribuindo para um ROE elevado, como reinvestimentos em áreas de alto crescimento ou melhorias na gestão de capital.
  • Geração de Caixa: O fluxo de caixa operacional é um indicador vital da saúde financeira de uma empresa. Ele mostra se a empresa gera caixa suficiente para sustentar suas operações e financiar o crescimento sem depender excessivamente de financiamentos externos. Para os profissionais de RI, comunicar claramente a geração de caixa e como ela é utilizada para fortalecer a empresa a longo prazo é essencial para manter a confiança dos investidores.
  • Endividamento: O nível de endividamento de uma empresa é uma métrica crítica, especialmente em setores onde o capital intensivo é comum. Os investidores monitoram atentamente o índice de alavancagem da empresa para avaliar o risco financeiro. Para chegar em um número para ficar mais  fácil a comparação, normalmente os analistas de mercado se utilizam da razão entre o tamanho do endividamento e sua capacidade operacional (por exemplo, Dívida Líquida/EBITDA). Um profissional de RI eficaz deve ser capaz de explicar as estratégias da empresa para gerenciar e otimizar sua estrutura de capital, destacando como o endividamento está sendo utilizado para impulsionar o crescimento sustentável.

Indicadores e métricas de Sustentabilidade 

Com a crescente relevância dos critérios ambientais, sociais e de governança (ASG ou comumente referido como ESG, do termo em inglês) no cenário financeiro global, os investidores estão cada vez mais atentos às métricas de sustentabilidade como fatores determinantes na avaliação e tomada de decisão de investimentos. Essas métricas vão além dos tradicionais indicadores financeiros, abrangendo aspectos como a pegada de carbono da empresa, que mede seu impacto ambiental, práticas de diversidade e inclusão que refletem o compromisso com uma cultura corporativa equitativa, e o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que demonstra a responsabilidade social e a contribuição da empresa para desafios globais. 

Para os profissionais de RI, a habilidade de comunicar de maneira clara e transparente o compromisso da empresa com a sustentabilidade é essencial. Eles não apenas relatam números, mas também contextualizam como as práticas ESG estão integradas à estratégia de negócios, demonstrando como essas iniciativas contribuem para a criação de valor a longo prazo e mitigam riscos associados a fatores ambientais, sociais e de governança. Empresas que conseguem alinhar suas práticas de sustentabilidade com suas operações e comunicar essa integração de forma eficaz ganham uma vantagem competitiva significativa, fortalecendo sua reputação no mercado e atraindo investidores que buscam não apenas retornos financeiros, mas também um impacto positivo e sustentável.

Várias empresas líderes no mercado já adotaram métricas específicas de ESG para demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade. Aqui iremos citar três exemplos:

Apple: a empresa de tecnologia mede e reporta a pegada de carbono de toda a sua cadeia de suprimentos e ciclo de vida de seus produtos e estabeleceu a meta de se tornar 100% neutra em carbono até 2030, não apenas em suas operações, mas em toda a sua cadeia de produção e fornecimento. Ela também tem uma métrica de porcentagem de materiais reciclados usados em seus produtos. No report de 2022, por exemplo, mais de 20% dos materiais em seus produtos eram feitos de materiais reciclados.

Unilever: a companhia mede o impacto de suas “marcas de vida sustentável“, ou seja, marcas que demonstram crescimento acima da média do portfólio da empresa enquanto promovem impacto positivo em termos de sustentabilidade ambiental ou social. Como referência, em 2021, essas marcas cresceram 69% mais rápido do que o restante do negócio. Outra métrica seria a de redução de resíduos em toda a cadeia de valor. A empresa se comprometeu a reduzir pela metade o uso de plásticos virgens em suas embalagens até 2025, promovendo o uso de plásticos reciclados.

Natura: o grupo, junto com todas as suas marcas, mede e reporta suas emissões de carbono como parte de seu compromisso com a neutralidade de carbono até 2030. A empresa também se comprometeu a ser “carbono positivo” até 2030, ou seja, a remover mais carbono da atmosfera do que emite. Ela também utiliza métricas como o número de consultoras e consultores impactados por seus programas de capacitação e desenvolvimento, promovendo inclusão social e financeira, no chamado Impacto Social Positivo.

Esses exemplos mostram como empresas líderes estão utilizando métricas ESG não apenas para monitorar suas práticas, mas também para comunicar seu compromisso com a sustentabilidade e influenciar positivamente a percepção dos investidores. Os profissionais de RI que conseguem destacar essas métricas em suas comunicações podem demonstrar claramente como essas iniciativas se traduzem em valor a longo prazo para a empresa e todos os seus stakeholders.

Conclusão

Para os profissionais de RI, a habilidade de dominar e comunicar as principais métricas que os investidores observam é mais do que uma simples exigência técnica; é uma competência estratégica vital. Esses profissionais não se limitam a transmitir dados frios, mas têm a responsabilidade de moldar e projetar a narrativa da empresa, alinhando números a uma visão de futuro que seja convincente e inspiradora para os investidores. 

Utilizando ferramentas como a metanarrativa e o storytelling, os profissionais de RI conseguem transformar informações complexas em histórias que capturam a essência da empresa, suas ambições e seu compromisso com o crescimento sustentável. Em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, a capacidade de comunicar essas métricas de forma eficaz e estratégica pode ser o diferencial que determina o sucesso da empresa, influenciando não apenas a sua avaliação, mas também a confiança e o engajamento dos investidores. A longo prazo, essa maestria na comunicação pode ser o que separa empresas que prosperam daquelas que ficam para trás, reforçando a importância crucial do papel do profissional do RI na construção de um futuro sólido e promissor.

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